O Mundo de Anita

16 de abril de 2007





Cheguei, finalmente , a casa.
Encontrei enfim o meu caminho, o meu destino, o meu lugar...
Ainda há muito a percorrer, não acaba aqui. Mas a sensação de Paz que me invadiu desde que te encontrei é indubitável. Saber que os teus braços me esperam ao fim de cada dia e mesmo assim ânsiar esse abraço cada vez mais... Conhecer de cor o sabor do teu beijo e mesmo assim querer prová-lo de novo. O teu sorriso, o brilho do teu olhar são sempre novidade para mim e fazem com que o meu coração pare por um milésimo de segundo sempre que os encontro. Velhos conhecidos.

Cheguei, finalmente, a casa.
Talvez não fosse suposto saber disso. Talvez não fosse suposto viver com tanta consciência de que o que tenho não é banal. Mas é assim que vejo a minha vida contigo: extraordinária. Por vezes interrogo-me se também é assim com os outros, mas não interessa verdadeiramente. Sei que cheguei a casa. Sei agora que eras tu quem me esperava, não no final do caminho mas quando ainda temos tanto para trilhar juntos...

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Billy Joel - River of Dreams


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24 de março de 2007

Raks Sharki






Ao sol poente, a rapariga entra no círculo onde se ouvem já os primeiros acordes hipnóticos da flauta. Estática, de olhos fechados começa por esboçar um sorriso através do véu translúcido e logo a sua mão esguia coberta de desenhos entrelaçados ganha vida e enceta um percurso lento, contorcendo-se no vazio como que buscando a mão invisível de um qualquer amante até que uma voz masculina começa a ditar o ritmo da anca. Primeiro ondulante, sensual... O homem fala de amor, um amor proibido mas a rapariga sorri ainda e descreve círculos na areia com os pés descalços que são imitados pelos quadris que parecem não pertencer àquele corpo. O homem continua a chorar a amada...Os braços ondulam eternos no horizonte que escurece, fazendo esvoaçar o véu que antes cobria o rosto queimado do sol.

Os tambores emprestam agora um novo andamento ao corpo solto fazendo as pulseiras, as correntes, o cinto de pendentes tilintar. Os amantes reencontram-se, o ritmo acelera, a alegria é imensa! A rapariga rodopia enquanto requebra a anca, os braços emolduram o rosto, descem percorrendo as curvas evidenciadas pelos movimentos ondulantes. A entrega é já total: à música, à Alegria, ao Amor.

Todos em volta batem palmas acompanhando a odisseia dos amantes: a sua união será eternizada nesta dança que século após século relata a Vida, a Morte,o Amor...

Anita acorda... Dançou também com a rapariga. Era ela própria a rapariga. Ainda soam na sua mente os tambores, as palmas. Nos pés sente ainda a areia quente.
A seu lado dorme ainda o amante para quem dançou. Tem o coração pleno de Alegria.

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27 de fevereiro de 2007

Parabéns, Mãe!




Letra traduzida (Português do Brasil)




Três décadas em busca de algo que fizesse sentido, que a completasse. Terá deixado de ver muita coisa com a pressa de viver, mas o tempo tem vindo a abrandar essa ansiedade e tem dado a Anita a oportunidade de apreciar as suas conquistas.
A letra desta música é particularmente especial. Há dez anos era especial porque continha tudo o que Anita desejava alcançar, hoje porque descreve as bençãos que valorizam a sua existência e que são a prova de que nunca se deve desistir dos sonhos, por mais insignificantes que pareçam...


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26 de janeiro de 2007

Anita em África

Quente, a brisa que corre. Ao fundo da planície o lago reflete a chama do sol que desce no horizonte e transforma as cores da paisagem. Tudo é quente nesta terra - o ar, o chão,a chuva, as cores, o coração...
No céu cintilam já as primeiras estrelas de mais uma noite em África. Chegam pelo ar quase adormecido os lamentos do leão e da catarata milenar, a batucada que anuncia mais uma fogueira.
Na cidade o trânsito corre lento, as esplanadas enchem-se bem como os copos. Há riso e música no ar, o mar espelha-se nos olhos alegres de quem termina mais um dia nesta terra abençoada. Os casais dão as mãos e passeiam na marginal fazendo planos para o futuro debaixo deste céu.

Anita acordou. Faz frio nesta terra que não sendo sua a acolhei há muito. Sonhou de novo com África... Com praia, com selva, com animais selvagens e aldeias nativas, cidades alegres e hospitaleiras, gentes de todos os tons de sorrisos abertos, de braços abertos, de mãos abertas, não pedindo mas dando... um prato de comida, uma cadeira para descansar da viagem, uma bebida fresca, um abraço de consolo. De coração aberto Anita entra na roda, dança... Volta à sua terra, reconhece os aromas que nunca antes tinha sentido, deita-se no chão quente que nunca antes a tinha amparado, banha-se nas águas que nunca antes a tinham refrescado.

Anita acordou. Mais uma vez sonhou com o que não conhece, mas a reclama como sua: África.


Amanhã - Duo Ouro Negro

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